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Conto de todos os cantos: Idário Augusto


Idário está sorridente. El veste camisa azul com listras e está ao lado de um quadro seu sobre a Santa Ceia.
Idário Augusto no interior de sua loja, em Jeceaba/MG. Créditos: Alícia Antonioli

Apaixonado por arte desde criança, Idário Augusto vive em Jeceaba/MG há mais de 13 anos e lá possui uma lojinha onde expõe suas diversas obras em alumínio e madeira. Belorizontino, possui família na cidade e, hoje em dia, seu trabalho já é reconhecido na região.


Orgulhoso do seu ofício, Idário afirma que aprende todos os dias ao fazer cada um dos quadros, molduras e trabalhos em madeira. Segundo ele, suas peças são “algo diferente, o que chama a atenção de todo mundo”.

Leia abaixo a entrevista feita pelos arte-educadores Ana Malta, Priscila Mathilde e Gustavo Rosário com o artista plástico para saber de onde surgiu a ideia de unir alumínio e betume na criação de seus quadros. Confira!



Quando o senhor começou a trabalhar como artista?

Desde novinho, sempre gostei de desenho. Ficava olhando desenhos de revistinha e desenhava igual. Pegava folha, ia colorindo… O desenho e a pintura sempre foram um hobby.


Fui empreiteiro de obras por muitos anos e fazia arte como um hobby ou para dar de presente. Mas há uns sete anos, tive um AVC. E quando acontece algo assim, você fica sem possibilidade de fazer muita coisa, né? Então, foi a partir disso que passei a me dedicar mesmo à arte.


Hoje em dia, graças a Deus, fazendo esse trabalho aqui em Jeceaba e ele sendo bem aceito. A Sarahy (coordenadora do Centro de Referência de Assistência Social - CRAS de Jeceaba) é uma pessoa daqui que sempre divulga o meu trabalho, me incentiva e tanto me elogia quanto dá força!


Como o senhor aprendeu esse ofício?

Um dia, na época que ainda acontecia a feira na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, vi um quadro feito em uma folha de cobre e me apaixonei! Aí pensei: “Vou experimentar”. Fui comprar uma folha de cobre, mas ela era cara. Então resolvi fazer com folha de alumínio: comecei e, nessa “brincadeira”, tem 47 anos que fiz o primeiro quadro com alumínio. Eu gostei de fazer e as pessoas se interessaram, elogiaram.



O trabalho é feito apenas pelo senhor ou conta a ajuda de alguém mais?

A maior parte eu faço sozinho. Faço portas, molduras… E quando o quadro é muito grande, a minha esposa me ajuda na parte da moldura. Além disso, na hora da colagem [da folha de alumínio na moldura], dependo de uma outra pessoa caso o quadro também seja maior.


Já teve a oportunidade de ensinar essa técnica para alguém? Infelizmente não o suficiente. Mas sou doido para passar isso para alguém fazer e continuar o trabalho, porque é gostoso de fazer e agrada todo mundo.


Como o senhor se sente fazendo esse trabalho?

Cada quadro que faço, gosto muito e fico namorando ele. Vou olhando, tirando alguma coisinha de um, melhorando uma parte, alterando outra… E com isso, vou aprendendo: a cada coisa que faço, aprendo mais. Cada quadro é diferente do outro e a emoção que você tem com cada um também.


É uma coisa que a gente faz por paixão mesmo. Um dom que Deus dá e a gente faz por prazer mesmo. E cada dia você vai aprendendo mais e vai melhorando.

Dois quadros representando profetas do artista Aleijadinho.
Parte de sua coleção inspirada nos Doze Profetas de Aleijadinho.

O senhor já participou de alguma mostra ou exposição em algum lugar?

Já expus em diferentes lugares de Belo Horizonte: Pampulha na Igreja, na feira e na galeria do Carrefour , na Praça do Papa, na Savassi... Fui convidado a expor na Pampulha por uns meses e depois na Savassi, pela mesma coordenadora de cultura de BH na época.


Na Savassi, a exposição ficava na galeria de um prédio, onde expunham vários artistas. E no Carrefour da Pampulha há uma galeria bem grande. Depois que fizeram a inauguração, comece a expor lá também. Inclusive, teve um quadro meu que estava exposto lá e foi até para Porto Rico. Apareceu um rapaz de fora que se interessou por um quadro e o levou para Porto Rico!


Como é feita a venda das suas peças: encomendas pessoalmente ou pela internet?

Tenho uma lojinha [na praça central de Jeceaba] onde exponho minhas peças. A maioria das pessoas da cidade já conhece o meu trabalho. Mas quando vem alguém de fora, passa na loja, vê os trabalhos e encomenda. Ou pelo menos elogia! É muito bom ver uma obra da gente sendo elogiada. Ainda mais fazendo o que você gosta por amor, por paixão.

 

O Conto de todos os cantos sobre Jeceaba é patrocinado pela Vallourec via Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Jeceaba (CDMCA).


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