Maria José Gomes de Matos, mais conhecida como Zezeca, é artesã em Jeceaba/MG. Nascida e criada no município, ela faz parte da Associação das Mulheres Reunidas de A a Z (Amariaz).
Mãe de oito filhos — sete deles com nomes que começam com a letra “E” — e costureira desde jovem, ela não desiste fácil dos seus objetivos e trabalha com grande esmero para a manutenção da Associação.
Abaixo, é possível conferir a entrevista coordenada pelos arte-educadores Ana Malta, Priscila Mathilde e Gustavo Rosário com a Zezeca. Siga lendo!
Qual é a sua relação com a costura?
Sempre costurei, mesmo muito antes de fazer parte da Associação. Minha mãe bordava tudo na máquina, e minha irmã e eu aprendemos a bordar à mão. Já a costura, comecei depois que já tinha me casado. É aquela coisa: o povo no interior tem facilidade em aprender. Aprendi a costurar e faço isso até hoje.
Além da sua mãe e da sua irmã, alguém mais na sua família manteve a tradição?
Dos meus oito filhos, três são mulheres. Entre elas, as duas mais velhas fazem muito crochê, um crochê perfeito mesmo! Mas elas não aprenderam comigo: uma aprendeu quando tava no colégio e a outra aprendeu por vontade própria. E elas fazem bem mais bem feito que eu!
Conte um pouco sobre a fundação da Amariaz.
A Associação foi fundada em 2009 pelas mulheres de Jeceaba. Não me lembro a história tim-tim por tim-tim não, mas houve uma assistente social de Conselheiro Lafaiete que veio para cá já com a intenção de fazer esse trabalho. Então, ela conseguiu montar a Amariaz: Associação de Mulheres Reunidas de A a Z. Com isso, foram dados cursos para as fundadoras.
E qual o seu papel na Associação?
Comecei a participar entre 2011 e 2012. Desde que entrei na Amariaz, tô firme e é uma luta! Porque mexemos com pessoas de todos os jeitos. E para fazer muita coisa, é preciso ter união entre as pessoas, porque a gente reunida tem força e vai fundo.
Em 2017, peguei o cargo de presidente, no qual fiquei até 2020. Acabei ficando por mais tempo porque é difícil uma pessoa querer pegar a presidência ou qualquer cargo da diretoria. Elas ficam com receio, acham que vão trabalhar muito, que não vão dar conta. Então, eu assumi e até que deu certo.
Eu não gosto de ficar parada, sozinha. Não nasci para ficar dentro de casa, gosto de ficar no meio do povo para ajudar, mas não visando nada porque não adianta ficar visando o lucro. Você tem que ter o reconhecimento das pessoas.
Como tem sido essa trajetória na Amariaz?
A gente passou por momentos muito difíceis, mas fomos caminhando e conseguimos pagar os cursos da Associação. Além disso, temos a ajuda de pessoas, como a Sarahy, que sempre ajudam. Acho que ela ama a Amariaz, seja o que for que a gente precise, ela tá sempre pronta para ajudar. E com a doação que recebemos da Vale também demos um pulo bem grande.
Como é a relação entre as integrantes da Associação?
As mulheres da Associação estão há bastante tempo juntas. Lá a gente tá sempre ajudando uma outra, porque uma tem habilidade para uma coisa e a outra para outra coisa… Eu tô muito feliz com o pessoal que trabalha lá comigo!
Vocês já apresentaram o trabalho da Amariaz? Se sim, em quais locais?
Em Jeceaba, nos apresentamos na feira organizada pela Emater - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, em 2019. No meio dessa feira, tinha nossa barraca de artesanato.
Além disso, a gente já participou de muito festival, fomos para muitos eventos. Em Congonhas, fomos três anos seguidos, tínhamos barraca de artesanato lá e tudo, junto com a Gracinha que faz quitanda. E em Tiradentes também. Quando tem chance de sair, a gente sai!
Acompanhe o trabalho da Associação Amariaz pelo Instagram.
O Conto de todos os cantos sobre Jeceaba é patrocinado pela Vallourec via Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de Jeceaba (CDMCA).
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